O projeto “Mulher 500 Anos Atrás dos Panos” faz parte do Programa Pesquisa e Documentação que a REDEH – Rede de Desenvolvimento Humano desenvolve desde 1997, com o propósito de contribuir para romper com o silêncio secular que envolve a atuação, o olhar, o corpo, o saber e a fala das mulheres na nossa história.
É lugar comum, hoje, falar sobre a importância do papel e a luta das mulheres na sociedade contemporânea. No entanto, a história das mulheres é uma história recente, que se ressente de um passado mal contado, de silêncios seculares que ainda não foram suficientemente quebrados.
No Brasil, a partir dos anos 1970 percebe-se um esforço para a introdução de novos métodos de pesquisa com o uso de fontes variadas, estratégias metodológicas, categorias analíticas, etc.
Um garimpo muito especial
Em 26 de abril de 1500 as “quatro ou cinco mulheres moças” vistas pelo capitão português tiveram seu destino alterado por um acaso histórico, já que muitos historiadores consideram que Cabral pretendia chegar as Índias. Um desvio inesperado da história, que com uma especial combinação de ondas e ventos fizeram dele e de Portugal os “descobridores” do Brasil. Uma teoria questionável que se não foi totalmente confirmada, também não foi descartada.
A seguir, tantos outros navegadores europeus vieram atrás de novas conquistas territoriais e novas fontes de riquezas. E qual o destino das indígenas que aqui se encontravam, das mulheres que para cá vieram ou foram trazidas e de suas herdeiras sob o domínio colonial português? Como foi a mistura do sofisticado e predatório luxo renascentista com a “ingênua” e “selvagem” nudez indígena? Qual a importância das africanas para a formação da nossa identidade?
Que palavras não foram escritas? Que vozes não foram ouvidas? Quem são as mulheres cuja trajetória pode nos mostrar o que existe atrás dos panos?
A partir de 1997, a Redeh, reuniu uma equipe de pesquisadoras/es, coordenada por Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil que saíram em busca de subsídios para realização de alguns projetos. Nos últimos anos, novas/os integrantes foram incorporados à equipe de pesquisa, oferecendo sua energia e suas contribuições.
Desse esforço nasceram algumas publicações, o Dicionário Mulheres do Brasil, lançado nacionalmente a partir de outubro de 2000, pela Editora Zahar. Os livros Abrealas (2000), Um Rio de Mulheres (2003), Gogó de Emas (2004) – voltados para educadoras/es e professores/as. Em 2006, realizou-se o Projeto Memória Nísia Floresta, em parceria com a Fundação Banco do Brasil (autora do Projeto Memória). Em março de 2007, o livro Mulheres Negras do Brasil, foi lançado com a parceria da Editora Senac, e ganhou o Prêmio Jabuti, pelo conjunto da obra, em 2008. Três anos após, 2011, a mesma dobradinha, resultou na publicação do livro Mulheres Negras do Brasil – edição condensada, em consonância com a Lei 10.639 de 09/01/03. Em 2010 o projeto “Herdeiras das Sufragistas” foi lançado, culminando com a publicação do livro Mulheres no Poder: trajetórias na política a partir da luta das sufragistas do Brasil, no ano de 2015, em parceria com a Edições de Janeiro. No ano de 2011, a parceria com a Fundação Banco do Brasil, resultou no lançamento do Projeto Memória Lélia Gonzalez, em 2015. Esta mesma parceria culminou, no ano de 2013, com o Projeto Acervo Negras Memórias e das Urnas.
Desse esforço nasceu o Dicionário Mulheres do Brasil, lançado nacionalmente a partir de outubro de 2000, pela Editora Zahar, as publicações Abrealas, Um Rio de Mulheres, Gogó de Emas – voltados para educadoras/es e, mais recentemente, em março de 2007, o livro Mulheres Negras do Brasil, pelas Editoras Senac.
Com o propósito de democratizar informações, o projeto Mulher 500 Anos Atrás dos Panos tem agora como um de seus desdobramentos a ferramenta virtual “Portal Mulher 500 Anos”, na qual disponibilizamos um amplo material sobre as discussões de gênero, raça e etnia, tendo por meta socializar informações que discutam/recuperem a atuação das mulheres na história do Brasil. No item “Acervo Centro de Memória Mulheres do Brasil e Pesquisa”…
Acreditando que a participação coletiva é a forma mais democrática de se construir uma obra estamos disponibilizando no Portal um email de contato para que novas trajetórias/biografias sejam enviadas, com objetivo de construirmos de forma coletiva o Dicionário Mulheres do Brasil – Volume II. No item “Publicações”, você encontrará o conteúdo do material produzido pelo projeto (parcial ou total).