O livro aborda de maneira inédita a história das mulheres negras brasileiras, desde sua chegada ao país até os dias atuais. Um resgate de parte da nossa história que não pode mais passar em branco. Sem a pretensão de esgotar o assunto, Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil lançam Mulheres Negras do Brasil, uma co-edição Redeh – Rede de Desenvolvimento Humano e Senac Editoras.
A publicação ajuda a construir um novo olhar sobre o passado e a superar a invisibilidade das mulheres negras, levando ao reconhecimento de suas contribuições na formação de nossa identidade. De acordo com os autores, com exceção dos escritos sobre o sistema escravocrata e algumas alusões ao mito Chica da Silva, não se encontram referências e informações detalhadas sobre as mulheres negras em nossos currículos escolares, museus, livros didáticos e narrativas oficiais.
Foram três anos de pesquisa em todas as regiões do país, especialmente nos estados do Maranhão, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A idéia do livro surgiu a partir do lançamento do Dicionário Mulheres do Brasil, em 2000, quando Schuma e Érico, também autores da referida obra, perceberam que muitas lacunas sobre a contribuição dos negros e negras na construção do país ainda precisavam ser preenchidas. Além das entrevistas e dos depoimentos colhidos, eles recorreram a diferentes acervos e documentos históricos, para escrever esse título, que representa uma nova etapa do projeto Mulher, 500 anos atrás dos panos, que vem sendo desenvolvido pela Redeh, desde 1997.
A obra, que contou com o patrocínio da Petrobras e do Banco do Brasil, apresenta referências, estudos e raridades iconográficas desde antes da chegada dos europeus às terras brasileiras até a atualidade. Os autores relatam o pioneirismo e a garra de diversas mulheres negras, seja nas artes, na política, nos esportes, ou nas diferentes atividades profissionais. O leitor poderá, ainda, se inteirar sobre as mais de cem sacerdotisas afro-brasileiras retratadas no livro, assim como outras curiosidades sobre as atividades das negras brasileiras em áreas como comércio ambulante e educação ou no engajamento em movimentos sociais e em práticas ancestrais das benzedeiras e parteiras. O título conta também com cerca de 950 imagens que ilustram o dia-a-dia dessas mulheres.