- Volume 2
- Século: XX
- Estado: RS
- Etnia: Desconhecida
- Atividade: Atriz e escritora
Descrição:
Nascida Maria Amália Feijó, escolheu aos 26 anos o nome artístico Carmem Silva, para esconder da mãe e da família sua participação na Rádio Cultura de Pelotas (RS), em 1939, cidade de onde era natural. Á época a profissão de atriz sofria grande preconceito.
Ao mudar-se para São Paulo passou a trabalhar na equipe da Rádio Tupi e também na Rádio Record, com Janete Clair, onde, escreveu vários quadros: conselhos para o público feminino, histórias infantis, horóscopo e de humor.
A partir da década de 1950, com a chegada ao país da televisão, Carmem direcionou sua carreira para as novelas, tendo participado de mais de vinte delas, atuando ao longo da vida nas principais emissoras brasileiras. A diversos programas humorísticos, igualmente emprestou sua participação.
Na década de 1960 organizou no Rio Grande do Sul, sua própria companhia de teatro. Ainda por sua participação nos palcos, recebeu em 1975, o premio Molière, pela atuação em Mais quero Asno que me carregue, do que Cavalo que me derrube.
Toda uma vida de batalhas e sucesso, entretanto, não foi suficiente para que pudesse aposentar-se com dignidade. Durante meses precisou percorrer arquivos de jornais e revistas, para coletar antigos recortes com artigos ou anúncios teatrais e poder assim comprovar junto ao INSS seus anos de trabalho. Os depoimentos de empresários e colegas não foram suficientes como complementação à documentação exigida. Essa, contudo, não foi a única dificuldade que precisou enfrentar. Anos antes, diante da aposentadoria irrisória recebida pelo marido, o humorista e violinista Cancela Filho, ocasionada por um processo de surdez absoluta, Carmem durante muito tempo trabalhou simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo que correr de um lado para outro.
Seu último papel na televisão e também aquele que lhe rendeu maior sucesso, ocorreu em 2003, ocasião em que interpretou na novela Mulheres Apaixonadas, da TV Globo, uma idosa que, juntamente com o marido, sofria maltrato por parte da neta. No cinema, onde participou de diversos filmes ao longo da vida, atuou pela última vez em 2007, em Valsa. Nesse mesmo ano, publicou Comédias do Coração e outras peças para rádio e TV, onde relembra sua carreira como radio-atriz.
Ao falecer, aos 92 anos, em Porto Alegre (RS), Carmem Silva era uma das mais idosas atrizes atuantes.