- Volume 2
- Século: XX
- Estado: MG
- Etnia: Negra
- Atividade: Passista de Escola de Samba e musa inspiradora da marcha carnavalesca Lata D?água na Cabeça.
Descrição:
Maria Mercedes Duarte (1933 – ?)
Passista de Escola de Samba e musa inspiradora da marcha carnavalesca Lata D’água na Cabeça.
Maria Mercedes Chaves nasceu em Diamantina (MG), em 1933, e após o assassinato do pai, que era militar, veio com a mãe para o Rio de Janeiro.
Influenciada por alguns colegas Maria Mercedes fugia constantemente da escola e aos treze anos saiu de casa. Daí até aproximadamente aos dezesseis anos viveu como menina de rua.
Aos dezoito anos tornou-se mãe. Seu filho, de pai desconhecido, faleceu aos cinco meses. Obrigada pelo homem com quem vivia na ocasião, Maria Mercedes envolveu-se na prostituição.
Atendendo aos apelos da mãe, católica fervorosa, casou-se com o companheiro que a explorava e vinte e cinco anos depois descobriu que o casamento no civil e religioso não era válido.
Anos depois trabalharia em shows para turistas, em boates e circos. Uma dessas apresentações, realizada em um circo em Nova Iguaçu, na qual sambava com uma lata d’água na cabeça, lhe valeu um convite para se apresentar na televisão, no Programa da Chacrinha.
Tornando-se conhecida da população, que a chamava na Rua de Maria Lata D’água, Maria Mercedes foi convidada para sair na Escola de Samba Salgueiro, em 1949. Contudo, a direção não permitiu que saísse com a lata na cabeça.
Convidada, a seguir, pela Escola de Samba Portela, para apresentar-se com sua marca registrada, a lata, Maria Mercedes para lá se transferiu e permaneceu por quarenta e cinco anos.
Em 1952, Maria Mercedes foi homenageada por Jota Junior e Luís Antônio, com a marchinha carnavalesca Lata d’água na cabeça, estrondoso sucesso do carnaval de então.
Durante os trinta anos em que Maria Mercedes morou na Europa, vinha ao Brasil para os desfiles de carnaval no Rio de Janeiro. Em 1980 casou-se com um suíço, seu grande amor.
Sua despedida da passarela ocorreu em 1991, após tornar-se religiosa.