08 de Março – Paramos, resistimos e denunciamos
No dia 21 de janeiro de 2017 ocorreu, em Washington, EUA, a “Marcha das Mulheres contra Donald Trump”, na qual a ativista Angela Davis proferiu um breve, mas contundente discurso sobre as forças opressoras, capitalistas, misógenas, racistas, sexistas, e muitas outras, que não só assombram os EUA, no presente momento, como também o restante do mundo.
Segundo ela: “Os próximos 1459 dias da gestão Trump serão 1459 dias de resistência: Resistência nas ruas, nas escolas, no trabalho, resistência em nossa arte e em nossa música”.
E nós, também, resistiremos, como resistimos a cada dia. E, por isso, vamos Parar no dia 08 de março – Dia Internacional da Mulher. Mas, por que Parar? Podemos começar nossa Parada dizendo:
Paramos contra as forças opressoras, capitalistas, antidemocráticas, racistas, sexistas, misógenas, transfóbicas, homofóbicas e xenofóbicas.
Paramos contra a violência doméstica e o feminicídio, que transforma, cotidianamente, a vítima em culpada. O Brasil tem a 5ª maior taxa de assassinatos de mulheres no mundo e isso é inaceitável. Os assassinatos de mulheres negras aumentaram em 54% por cento nos últimos 10 anos, e as denúncias de estupro aumentaram em 51%.
Paramos contra o estupro “corretivo” cujas lésbicas e bissexuais sofrem em diversos países. O Brasil é campeão mundial de assassinatos de transgêneros. Ou seja, Paramos pelo direito de cada um/a exercer, livremente, sua sexualidade.
Paramos para reafirmar que não reconhecemos o governo golpista e muito menos aceitamos suas propostas machistas, racistas, privatistas, entreguistas e que ameaçam retirar direitos duramente conquistados pelas mulheres e pela
classe trabalhadora.
Paramos para exigir um Estado Democrático de Direitos, onde ninguém, fique de fora, à margem ou excluído da sociedade.
Paramos, porque somos mais da metade da população, e no entanto nossa voz ainda não é ouvida, ocupamos apenas 10% dos espaços de representação política no Brasil sem falar na gestão das grandes empresas e da mídia em geral.
Assim como Angela Davis, Paramos porque “acreditamos na Liberdade e não podemos descansar até que ela seja alcançada”.