Ana Maria Machado (1941 – )

  • Volume 2
  • Século: XX
  • Estado: RJ
  • Etnia: Branca
  • Atividade: Escritora - Imortal da ABL

Descrição:

Nasceu em 24 de dezembro de 1941, no bairro de Santa Tereza, Rio de Janeiro. Estudou no Museu de Arte Moderna, chegou a fazer exposições individuais e coletivas, enquanto fazia Faculdade de Letras na Universidade Federal do Rio de Janeiro, após desistir do curso de Geografia. Depois de dez anos no convívio com tintas e telas, optou pela arte de manusear a química das palavras, embora continue pintando não profissionalmente.
Já publicou mais de quarenta livros. Como disse ela numa entrevista “dedico todas as manhãs à escrever; dar fala, vida a personagens; adentra espaços buscando a palavra certa, num processo, numa lida diária com a Literatura”. Considera a Literatura uma tentativa de ordenar o caos, a procura pelo sentido da existência.
Foi presa pela ditadura militar em 1969, mudou-se para Europa, levando em suas bagagens histórias infantis que estava escrevendo, a convite da revista Recreio. No exterior, trabalhou como jornalista na revista Elle em Paris e na BBC de Londres. Na França terminou sua tese de doutorado em Linguística e Semiologia tendo por orientador Roland Bartles. A tese resultou no livro Recado do Nome, que trata da obra de Guimarães Rosa. Enquanto estudava escrevia histórias infantis.
De volta ao Brasil, Ana M. Machado, esteve a frente do noticiário da rádio do Brasil até 1980, na mesma década passa a dedicár-se exclusivamente aos livros.
Foi uma das fundadoras da primeira livraria infantil no Brasil (localizada no Rio de Janeiro), a Malasarte, inaugurada no ano de 1980. Em 1981 recebeu o Prêmio Casa de Las Américas com o livro De olho nas penas.
Em 1993, tornou-se Hors-concours dos prêmios da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 2000 ganhou o prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil mundial. Em 2001 teve o conjunto de sua obra premiada pela Academia Brasileira de Letras, conquistando o Machado de Assis, considerado maior prêmio literário nacional. É a sexta ocupante da cadeira número 1 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é o poeta Adelino Fontoura. Foi eleita em 24 de abril de 2003, na sucessão de Evandro Lins e Silva. É uma das 52 brasileiras indicadas ao Prêmio Nobre da Paz.. Para Ana Machado o respaldo da ABL significa um impulso para enfrentar o que considera preconceito em relação as crianças, pois segunda ela, a literatura infantil , no Brasil, ainda é considerada literatura de segunda categoria.
Com mais de 30 anos de carreira, sua obra foi traduzida em 17 países, tendo em torno de 14 milhões de exemplares vendidos pelo mundo. Organizadora de seminários para a UNESCO sobre como preparar livro, faz palestras, conferências e promove cursos para educadores objetivando contribuir para o pluralismo cultural assim como valorizar a literatura e a educação.