Cantora carioca, criada em um ambiente musical, desde muito cedo tomou gosto por cantar, cobrando, inclusive, ingresso da garotada da vizinhança para a ouvirem cantar. Descoberta por Jacó do Bandolim, fez teste na rádio Guanabara, e estreou no programa Suburbano; constrói uma carreira recheada de sucessos, trabalhando em programas de rádio e boates, atuando também em filmes; fez sucesso também no exterior, interpretando todos os gêneros musicais. Em 40 anos de carreira, recebeu os apelidos de A Lady do Samba, A Enluarada e A Divina.
Biografia de Mulheres
Elisabete Teixeira (1925)
Casada com João Pedro Teixeira, fundam a Liga Camponesa de Sapé, objetivando conscientizar os camponeses na luta pelos seus direitos. João foi assassinado por policiais disfarçados, a mando de usineiros da região, e Elisabete assumiu o lugar do marido, sendo igualmente perseguida.
Elisa Kauffmann Abomonide (séc. XX)
Ativista política e vereadora, participou dos movimentos surgidos na redemocratização para resolver os problemas de abastecimento e carestia. Candidatou-se à Câmara Municipal, representando também a colônia israelita.
Elisa de Faria Souto (séc. XIX)
Filha do presidente da província do Amazonas, engajou-se nos movimentos abolicionistas que começaram a ganhar força na época, por ocasião da abolição ocorrida no Ceará, em 1883; comemorada no Amazonas com a criação, em 1884, das Amazonenses Libertadoras, que tinham o objetivo de lutar pela emancipação de todos os escravos existentes no estado.
Elisa Branco (1912-?)
Ativista política. Costureira, participou da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e da Federação de Mulheres do Brasil. Foi presa quando participava das campanhas contra a carestia e contra a ida dos soldados brasileiros à guerra da Coréia.
Carmem Silva (1916 – 2008)
Nascida Maria Amália Feijó, escolheu aos 26 anos o nome artístico Carmem Silva, para esconder da mãe e da família sua participação na Rádio Cultura de Pelotas (RS), em 1939, cidade de onde era natural. Á época a profissão de atriz sofria grande preconceito.
Ao mudar-se para São Paulo passou a trabalhar na equipe da Rádio Tupi e também na Rádio Record, com Janete Clair, onde, escreveu vários quadros: conselhos para o público feminino, histórias infantis, horóscopo e de humor.
A partir da década de 1950, com a chegada ao país da televisão, Carmem direcionou sua carreira para as novelas, tendo participado de mais de vinte delas, atuando ao longo da vida nas principais emissoras brasileiras. A diversos programas humorísticos, igualmente emprestou sua participação.
Na década de 1960 organizou no Rio Grande do Sul, sua própria companhia de teatro. Ainda por sua participação nos palcos, recebeu em 1975, o premio Molière, pela atuação em Mais quero Asno que me carregue, do que Cavalo que me derrube.
Toda uma vida de batalhas e sucesso, entretanto, não foi suficiente para que pudesse aposentar-se com dignidade. Durante meses precisou percorrer arquivos de jornais e revistas, para coletar antigos recortes com artigos ou anúncios teatrais e poder assim comprovar junto ao INSS seus anos de trabalho. Os depoimentos de empresários e colegas não foram suficientes como complementação à documentação exigida. Essa, contudo, não foi a única dificuldade que precisou enfrentar. Anos antes, diante da aposentadoria irrisória recebida pelo marido, o humorista e violinista Cancela Filho, ocasionada por um processo de surdez absoluta, Carmem durante muito tempo trabalhou simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo, tendo que correr de um lado para outro.
Seu último papel na televisão e também aquele que lhe rendeu maior sucesso, ocorreu em 2003, ocasião em que interpretou na novela Mulheres Apaixonadas, da TV Globo, uma idosa que, juntamente com o marido, sofria maltrato por parte da neta. No cinema, onde participou de diversos filmes ao longo da vida, atuou pela última vez em 2007, em Valsa. Nesse mesmo ano, publicou Comédias do Coração e outras peças para rádio e TV, onde relembra sua carreira como radio-atriz.
Ao falecer, aos 92 anos, em Porto Alegre (RS), Carmem Silva era uma das mais idosas atrizes atuantes.
Elza Cansanção Medeiros (1921 – )
Natural do Rio de Janeiro, carioca do bairro de Copacabana, filha dos alagoanos Aristhéa Cansanção e Tadeu de Araújo Medeiros, médico sanitarista auxiliar de Oswaldo Cruz durante a campanha contra a febre amarela, Elza, aos 19 anos, foi a primeira brasileira a se apresentar como voluntária à Diretoria de Saúde do Exército, para participar da Segunda Guerra Mundial.
A decisão de participar da guerra ocorreu quando Elza ainda era menor de idade. A única possibilidade, contudo, por ser mulher, seria como enfermeira e, diante da recusa do pai, recorreu a mãe para ingressar, em 1942, na turma de Samaritanas, em curso oferecido pela Escola de Enfermaria da Cruz Vermelha.
Antes de seguir para Alagoas, ao término do curso em 1943, dirigiu-se ao Ministério do Exército e manifestou seu desejo de servir ao país. Obteve do então Diretor de Saúde, General Souza Ferreira, a promessa de que seria avisada em caso de deslocamento das tropas. Na ocasião recebeu ainda uma carta de recomendação, a mesma que apresentou ao Comandante da 7ª Região Militar, no Recife, para onde se deslocou após haver organizado o socorro aos feridos do navio Itapagé, em Alagoas, bombardeado pelos alemães.
Primeira mulher enfermeira do Hospital Militar do Recife foi convidada a reorganizar a Cruz Vermelha local. Nesse sentido, sua decisão de convidar as moças da sociedade que haviam concluído o curso de voluntárias socorristas, oferecido pela Faculdade de Medicina, causou grande reboliço entre as famílias tradicionais, que temiam que suas filhas fossem mandadas para os campos de batalha. Seu pioneirismo, contudo, já era evidente. Aos 22 anos chamava a atenção da pacata cidade de Maceió quando, de cigarro na mão e trajando short, lavava o jipe na porta de casa. Além disso, também pouco comum para sua época, era o fato de haver sido aluna de Hélio Gracie no curso de defesa pessoal.
Foi lá no Recife onde recebeu o telegrama do Ministério do Exército avisando da abertura do curso de voluntariado de enfermeiras e, no dia seguinte, Elza já estava de volta ao Rio de Janeiro. Tinha 22 anos quando ingressou na primeira turma do Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEERE), destacando-se entre as três primeiras colocadas.
Posteriormente, primeira convidada para integrar o destacamento Precursor de Saúde, se deslocou para a Itália em 1944, recepcionando os cinco mil brasileiros da FEB que estavam a bordo do navio General Mann. Por seu domínio da língua inglesa-além do francês, italiano e um pouco de alemão-, atuou como intérprete, junto aos médicos e enfermeiras que atendiam aos cerca de trezentos feridos brasileiros encaminhados ao 45th Field Hospital, em Nápoles. Aqui, Elza presenciou a visita de Clarice Lispector, então esposa do cônsul brasileiro na Itália, aos internos.
Dirigindo-se ao comandante da Força Expedicionária Brasileira- FEB, relatou a forma humilhante como as enfermeiras brasileiras- que não tinham patente militar- eram tratadas pelas colegas americanas- todas oficiais. Graças a Elza, as profissionais brasileiras, após análise realizada pelas forças militares, passaram a ocupar o posto de 2º Tenente. Além de Elza Medeiros, também Antonieta Ferreira, Carmem Bebiano, Ignácia de Melo Braga e Virginia Portocarreiro receberam a promoção. Transferida para o 7th Station Hospital, na cidade de Livorno, encontrou um quadro de desordem disciplinar, sendo convocada pelo coronel Ponce, subchefe da unidade, para colocar “ordem na casa”, o que conseguiu após árduo trabalho.
Problemas de saúde a levaram a desligar-se da função- uma queda ocasionou rachadura na coluna e conseqüente perda dos movimentos da mão-, assumindo, entretanto, o cargo de oficial de ligação, atuando mais uma vez como intérprete, no 45th e, posteriormente, no 182th Hospital, de onde regressou ao Brasil após o final da guerra, 1945, sendo condecorada junto a outras 24 enfermeiras, como enfermeira de Segunda e, logo em seguida, de Primeira Classe. Aliás, a recomendação médica para que enfrentasse o problema da perda de mobilidade amassando barro, a conduziu ao curso da Sociedade Brasileira de Belas Artes. O resultado é que suas muitas esculturas lhe proporcionariam várias premiações desde então.
Dentre as muitas homenagens e medalhas que receberia durante a vida, Elza, é única mulher agraciada com a Ancien Combatant du tatre du Operacion du L` Orope, além das medalhas de campanha e a de Meritorius Service United Plaque, concedida pelo exército americano.
Retornando ao Serviço de Saúde do Exército em 1957, serve em várias unidades e participa como palestrante de Congressos de Medicina Militar e de Enfermagem e, palestras para alunos/as na Escola de Saúde do Exército. Dessa época é a condecoração oferecida pelo governo do Paraguai: a medalha Abnegacion y Constancia Honor al Mérito.
Após reassumir suas funções no Banco do Brasil, entre 1963 e 1965- ocasião em que recebe a Medalha do Pacificador-, desloca-se para o Serviço Nacional de Informações- SNI, de onde desliga-se em 1966. Posteriormente, além da participação em congressos – suas sugestões para a criação de um Corpo Auxiliar Feminino para as Forças Armadas, contribuíram enormemente para a abertura das Forças Armadas do Brasil à participação das mulheres-, e palestras, atuou na Policlínica Central do Exército e Clínica de Cardiologia.
Como conseqüência do agravamento de seu estado de saúde, em 1976 foi promovida a Major. Sempre ativa Elza organizou na terra de seus pais, em Maceió, o Museu da II Guerra Mundial, que reúne mais de cinco mil fotos e documentos. Por essa iniciativa recebeu da cidade o título de cidadã. Membro da Academia Alagoana de Cultura, a aluna da primeira turma de jornalistas diplomados pela antiga Faculdade Nacional de Filosofia, com formação ainda em História das Américas, Psicologia, Parapsicologia, Turismo e Relações Humanas é também escritora, com três publicações sobre sua participação na II Guerra. Aliás, uma vocação de infância, pois aos 12 anos já colaborava com revistas e pequenos jornais de Alagoas, tendo mais tarde colaborado com jornais do Rio de Janeiro e Recife.
Por sua trajetória, a Major Enfermeira Reformada Elza Cansanção Medeiros é considerada a Decana das mulheres militares do Brasil.
Matilde Ribeiro (1960 – )
Nasceu a 29 de junho de 1960, em Flórida Paulista, SP. Ainda menina mudou-se com a família para Osasco na região da Grande São Paulo.
De família de poucos recursos trabalha desde os 14 anos de idade. Foi operária, recepcionista, auxiliar administrativo, assistente social, coordenadora de projetos na área social e ministra.
Matilde Ribeiro galgou degrau por degrau uma carreira invejável. Seu espírito combativo foi forjado na prática de intervenções em diversos projetos e ações políticas, na luta contra o racismo, sexismo, a inserção social e política da mulher negra e igualdade de direitos para todas.
Senhora de frases polêmicas, não tem medo de dizer o que pensa. A lucidez de sua fala muita vezes a colocou em situações delicadas, pois incomodou aqueles que se beneficiam da estrutura e contexto social vigente.
Graduou-se em Serviço Social, adquiriu o grau de mestre em Psicología Social e no momento está em processo de doutoramento pelo Programa de Estudos Pós Graduados em Serviço Social, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Muito preocupada com sua formação, realizou diversos cursos de extensão sobre relações raciais, políticas públicas e gênero.
Possui farta experiência na área dos direitos humanos e da inserção da população negra, sobretudo mulheres negras. Escreveu dezenas de artigos para variadas revistas e jornais.
Em finais da década de 70 as organizações de mulheres negras em torno das questões da igualdade de gênero tomava força. Matilde foi despertada para o combate ao vivenciar a dupla condição de mulher e negra. Diversas mulheres negras influenciaram a jovem Matilde: Lélia Gonzáles, Maria Beatriz Nascimento, Neusa das Dores, Luiza Bairros, Sueli Carneiro, Nilza Iraci e tantas outras. Elas tornaram-se referência obrigatória na reflexão sobre a história do movimento de mulheres negras do Brasil.
Os anos de 1980 traz no seu bojo um movimento mais definido, assim como as organizações de mulheres, ONG’s formadas por mulheres negras traziam de maneira mais formal o enfrentamento, o debate político. Abrem-se novas frentes e discussões. Dentro e fora do Brasil as negras se instrumentalizam, preparam-se para o debate; e Matilde assim como sua geração bebeu desta fonte.
Tendo por herança a luta das ancestrais negras e ciente de que a mudança se dá pela ação política, Matilde envolveu-se na militância no Movimento de Mulheres e no Movimento Negro. Escolheu como uma das frentes de atuação a ação política. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores, no final dos anos 1980.
Assumir a dupla condição de ser mulher e negra em um país que forja e vive a ilusão e a hipocrisia de uma cordialidade racial é missão ingrata. Ousar escapar dos estereótipos criados para a condição da mulher negra, paga-se preço muito alto. Matilde ousou não aceitar estes estereótipos, ousou sair da cozinha e freqüentar as salas do poder, das deliberações; na tentativa de subverter esta dada ordem social que apenas beneficia uma camada específica da população.
Matilde Ribeiro atuou no serviço público e em diversas organizações não governamentais. Fez parte do grupo fundador do Soweto Organização Negra em São Paulo. Entre os anos de 1982 a 2002, atuou nas prefeituras de Osasco, São Paulo e Santo André; na Sempre Viva Organização Feminista – SOF, no Instituto Cajamar, na Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e no Centro de Estudos sobre Trabalho e Desigualdades – CEERT. Fez parte de diversos fóruns nacionais como o Fórum de Mulheres Paulistas e o Movimento Nacional de Mulheres Negras.
Participou de diversos eventos e atividades nacionais e internacionais. Dentre eles, destaca-se o I Encontro Latino-Americano de Mulheres Negras (República Dominicana em 1992); Conferência Preparatória da Conferência Mundial sobre a Mulher (Mar Del Plata, Argentina, em 1994) e Conferência Regional para América Latina e Caribe – Preparatória a Conferencia de Revisão de Durban (Brasília, 2008)
Sua trajetória e escolhas quanto às intervenções sociais e políticas, a conduziram a contribuir na equipe da campanha petista nas eleições presidenciais em 2002, tendo sido uma das responsáveis por sistematizar o programa de governo sobre políticas de promoção da igualdade racial. O presidente eleito, Luis Inácio Lula da Silva, em reconhecimento as lutas históricas do Movimento Negro no Brasil e suas reivindicações, cria em 2003 Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR; com status de ministério. Matilde foi convidada para estar à frente do órgão, onde permaneceu de 2003 a 2008, enfrentando muitos desafios e desafetos.
Depois da experiência ministerial, Matilde Ribeiro continua seus estudos e militância, acreditando que o protagonismo das mulheres negras é decisivo para a superação da discriminação de gênero e raça no Brasil.
Mônica Leonardi (século XX)
Mônica Leonardi, filha de italianos, foi sensibilizada pela possibilidade de trabalhar com café ao fazer uma viagem a terra natal de seus pais. Despertou o interesse em trazer para o Brasil o processo de qualificação e sofisticação dispensado ao café na Europa, especificamente na Itália. Fez curso de torrefação no exterior e começou a trabalhar com a entrega de grãos; esta iniciativa é o embrião do primeiro Café Terra Brasil.
A empresa Terra Brasil, graças a perspicácia de Monica conquistou o mercado e hoje possui cinco tipos de cafés, importa e dá assistência técnica a máquinas exclusivas, desenvolve blends para café expresso, possui estrutura equipada para a preservação dos mais refinados e melhores sabores e treina baristas (profissional especializado em cafés de alta qualidade, que também trabalha criando novos drinks baseados no café). A Café Terra Brasil é importadora e representante da Lá Spaziale de Bolonha, quinta potência mundial em máquinas de café expresso.
Mônica tem a preocupação em estar antenada com as novas tecnologias. Dispensa toda atenção na qualidade do café e na qualidade dos serviços, tornando-se referência na forma de atendimento aos clientes. É com a agregação destas potencialidades que consegue produzir um café expresso de alta qualidade.
Graduou-se em química. Esta qualificação, tendo em vista a natureza das atribuições dos profissionais desta área, tais como o trato com as substâncias da natureza, propriedades combinatórias, estudo de como os elementos se ligam e reagem entre si, influências dos compostos, os experimentos e sobretudo a precisão é uma das características dos experimentos químicos, contribuiu para lapidar seu espírito e potencializar sua sensibilidade no trato com o café e sobretudo com as pessoas, seja clientes ou funcionários.
Administra a empresa Café Terra Brasil a 20 anos. Este sucesso é graças a preocupação com o produto desde a seleção dos grãos, a torrefação, embalagem, escolha das máquinas utilizadas para o preparo do expresso, e no treinamento de pessoal especializado; que culminou em uma nova forma de tratamento e controle de qualidade. Portanto faz parte de um processo cuidadoso até o café expresso chegar ao consumidor final. Com toda esta engenhosidade a empreendedora paulista Mônica Leonardi tornou-se uma das empresárias mais respeitadas na área da manipulação e comercialização do café no Brasil.
Lya Luft (1938 – )
Nasceu no dia 15 de setembro de 1938 em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. Cidade de colonização alemã.
Estudou em Porto Alegre, graduou-se em pedagogia e letras anglo-germânicas. Tem mestrados em literatura brasileira e lingüística aplicada, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Iniciou vida literária nos anos de 1960, como tradutora de livros em alemão e inglês, tendo traduzido para o português mais de 100 livros.
Conheceu seu primeiro marido, Celso Pedro Luft no final da década de 1950, quando tinha 21 anos e ele tinha 40 anos. A paixão fulminante fez com que ele, que era irmão marista, largasse a batina para se casar com Lya em 1963. Desta união tiveram três filhos. Suzana, André e Eduardo.
Os primeiros poemas de Lya foram organizados no livro Canções de Limiar, em 1964 e na seqüência vieram Flauta Doce, 1972, e Matéria do Cotidiano, 1978, seu primeiro livro de contos .
Após um acidente de automóvel, em 1979, Lya diz que passou a enxergar a vida sobre um novo prisma e começou a enfrentar desafios que antes evitava. Um deles foi dedicar-se a ficção. No ano de 1980 lança o livro de crônicas As Panteras, e nos anos subseqüentes, A Asa Esquerda do Anjo e Reunião de Família. Em 1984, um ano fértil de produção, publica dois livros, O Quarto Fechado (este sendo publicado nos EUA sob o título “The Island of the Dead”), e Mulher no Palco.
Neste período intenso de mudanças, transformações e criatividade, sua vida afetiva da muitas reviravoltas. Separa-se de Celso Pedro, em 1985, passando a viver com o psicanalista e escritor Hélio Pellegrino, que morreu três anos depois da união, em 1988. Quatro anos mais tarde reata a relação com seu primeiro marido Celso Pedro ficando viúva em 1995.
Em 1987 lança o livro Exílio, dois anos mais tarde publica o livro de poemas O Lado Fatal; em 1996 o O Rio do Meio – considerada a maior obra de ficção do ano. No ano de 1997 lançou o livro Secreta Mirada, em 1999, o livro O Ponto Cego, em 2000 publica duas obras: Histórias do Tempo e Mar de dentro.
Lya com seus livros reinventa a vida, tece novas tramas. Seu livro Perdas e Ganhos está no topo dos livros nacionais de ficção mais vendidos. Em 2005 lançou livro de poesias Para não dizer adeus. A obra de Lya rompe fronteiras e boa parte de sua produção literária está sendo traduzida para diversos idiomas, como alemão, inglês e italiano.
No ano de 2001 recebeu o prêmio União Latina de melhor tradução técnica e científica, pela obra “Lete: Arte e crítica do esquecimento”, de Harald Weinrich.
Lya é conhecida por combater as ditaduras do comportamento social. É, portanto extremamente crítica aos estereótipos que aprisionam os indivíduos. Seus livros retratam os dilemas da vida. Escreve vorazmente, indaga, questiona a sociedade e seus dilemas. Criativa, inquieta e questionadora, costuma dizer: “Escrevo sobre o que me assombra”.
Lya Luft é uma das escritoras de maior sucesso do Brasil na atualidade.