Carmen Monarcha (1979 – )

Nasceu a 27 de agosto de 1979 em Belém do Pará. Ainda criança veio com a família para o Rio de Janeiro, onde passou a infância e aos 14 anos de idade, em 1995, mudou-se para São Paulo.

Foi criada em um núcleo de artistas, recebendo influência familiar pelo gosto e dedicação as artes. Mãe cantora e pai escritor. Com a mãe Marina Monarcha, aprendeu o amor a música e com o pai a literatura. Segundo ela com a música clássica conseguiu combinar música e literatura, transformando suas performances num misto de teatro e música, sensibilizando multidões.

Muito jovem aprendeu a tocar piano e violino. Tinha o objetivo de se tornar violoncelista de concerto, no entanto, em 1996 começou a estudar canto e aperfeiçoamento de voz com sua mãe, mestre no assunto. Seu talento e presença de palco a consagraram como uma das cantoras líricas brasileiras mais aclamadas da atualidade. A soprano Carmen Monarcha desperta as emoções em quem a ouve, atraindo multidões a seus concertos, além dos que a assistem quando suas apresentações são transmitidas ao vivo para toda Europa.

Em 2000, por meio de bolsa Vitae, estudou canto no Conservatorium Hogeschool Maastricht na Holanda; formando-se em Solo Singing Performance. De 2002 a 2005 assinou contrato de exclusividade como solista da Orquestra Johann Strauss, com quem realizou turnês na Europa e Estados Unidos.

Ganhou vários prêmios dentre eles o Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão, competição anual, internacionalmente conhecida realizada no Brasil.

Embora pouca gente tenha ouvido falar de Carmen no Brasil ela tem em seu currículo apresentações memoráveis com audiências de até 25.000 pessoas, em lugares como Walbühne em Berlim, International Fórum Hall em Tóquio, Bercy em Paris, Forest National em Bruxelas, Fox Theater em Saint Louis e Detroit, Skydom em Toronto/ e Bell Center em Montreal, dentre outros.

Carmem é elogiadíssima pelas performances em O mio babbino caro de Giacomo Puccini e “Habanera de Carmen”. Tem participação em diversos álbuns do maestro André Rieu, considerado um dos regentes mais talentosos das últimas décadas. O maestro coloca a música clássica figurando entre artistas pop’s da atualidade. E foi este maestro que arrebatado pelo talento da jovem cantora convido-a para solista na sua orquestra.

Carmen Monarcha figura entre as maiores cantoras líricas internacionais e brasileiras. Quando se fala em música clássica, remete-se logo para Europa com a Itália aparecendo como nossa primeira lembrança. Porém com alguns nomes nacionais de cantoras líricas talentosas, como a da soprano Adélia Issa, uma das mais importantes cantoras líricas brasileiras e considerada uma das maiores intérpretes brasileiras de Mozart; Celina Imbert, uma das maiores sopranos brasileiras de todos os tempos e Carmen Monarcha o Brasil começa a despontar neste universo com nomes de grande peso e está paulatinamente conquistando lugar de prestígio no universo da música clássica. Deve-se destacar neste novo cenário a importância e incentivo de algumas iniciativas como a criação dos prêmios Bidu Sayão e Carlos Gomes que alavancou algumas das maiores vozes da atualidade.

Carmen e uma das artistas que representa o Brasil mundo a fora. Encantadora, simpática, voz forte que conduz a elevação de espírito e sensibilidade mais recôndita.
 

Talitha do Carmo Tudor ( 1913 – ? )

Nascida no Rio de Janeiro, formou-se em medicina na Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1937, uma época em que, se a presença feminina era rara, mais ainda a que se relacionava a mulher negra, como Thalita.

Pioneira, participou dos primeiros cursos de medicina do trabalho oferecido no Brasil – Medicina e Trabalho nas Indústrias de Guerra (1943) e Toxicologia e Higiene Industrial (1946), e assinou a Ata de fundação da Associação Brasileira de Medicina do Trabalho, em 1944. Vários foram, ao longo da vida, os cursos de aperfeiçoamento que realizou também no exterior. Talitha comungava dos ensinamentos de Bernardino Rammazzini, médico italiano, considerado o fundador da Medicina do Trabalho, quando em pleno século XVII defendia que o estudo e a prevenção de enfermidades dos trabalhadores(as) era uma prática eminentemente social.

Dentre os cargos que ocupou durante sua trajetória profissional, na prefeitura do antigo Distrito Federal e no Ministério do Trabalho, destaca-se aquele em que respondeu pela Sessão “Assistência ao Trabalho da Mulher”. Aposentou-se aos 68 anos, em 1981.

Inúmeras homenagens lhe foram concedidas, como reconhecimento em sua luta por condições dignas de trabalho e defesa dos direitos femininos: Medalha ao Mérito Perfeccionista( 1996); Mulher Médica (1995); Medalha de Mérito ao Trabalho e Medalha do Congresso de Saúde do Adolescente(1991). Talitha destaca-se ainda, como a única mulher, até o final do século XX, a haver recebido o Diploma da Associação de Amigos do Rammazzini, que reúne apenas doze membros em todo o mundo.

 

Loreta Kiefer Valadares (1943 – 2004)

Loreta Kiefer Valadares nasceu em Porto Alegre (RS), em 1943, e, aos seis anos, com a transferência de emprego de seu pai, Curt Kiefer – judeu-alemão fugitivo da perseguição nazista-, mudou-se para Salvador (BA). Em 1961 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia interrompendo o curso, contudo, alguns meses depois, para um estágio nos Estados Unidos. Desencantada com a situação social encontrada na América, retorna ao Brasil, em 1962, ingressando no recém criado Movimento Estudantil de Ação Popular (AP).
A mudança para São Paulo, onde a AP desejava criar bases sólidas, ocorreu em 1966, mesmo ano em que se diplomou. No ano seguinte, 1967, com Carlos Valadares – de quem se tornaria esposa em 1968-, rumou para Contagem- onde atuou junto ao operariado-e, de lá para Mata da Jaíba, também em Minas Gerais, atuando agora junto aos camponeses/as.
Presa com muitos/as outros/as companheiros em 1969, após retornar a Belo Horizonte, como conseqüência do recrudescimento político instaurado no país, após a promulgação em dezembro de 1969, do Ato Institucional nº 5 (AI5), pelo Governo Militar, manteve-se firme diante dos longos e cruéis interrogatórios aos quais era submetida. Desse período, a terrível lembrança de uma noite na qual foi levada ao pátio do 12º Regimento da Infantaria, por seus algozes, para que assistisse ao cruel espancamento do marido, amarrado pelas mãos e pés.
Libertada em maio de 1970, retorna a São Paulo e retoma contato com a AP, seguindo para Recife, descobrindo, em meados de 1971, ser portadora de um sério problema cardíaco- que lhe reduzia em 40% a capacidade cardiocirculatória-, agravado pelas condições as quais fora submetida no cárcere. Retornando a capital paulista para tratamento, foi no ano seguinte, 1972, condenada a três anos de prisão e, durante cinco anos experimentou a cassação dos direitos políticos. Seguindo orientação do Partido Comunista do Brasil (PC do B), ao qual se filiara, parte para a Argentina e, de lá para a Suécia, onde ao lado do marido atua em movimentos de solidariedade aos povos da América Latina.
Em seu retorno ao Brasil, 1980, torna-se professora de Ciência Política da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia, assim permanecendo até aposentar-se anos depois. Com a saúde bastante debilitada, cansava-se enormemente em atividades como caminhar e fazer pequenos movimentos, com por exemplo pentear os cabelos. Ao falecer deixou como resultado de sua trajetória- além do testemunho de vida-, uma enorme contribuição ao movimento de mulheres e de luta para a conquista e garantia dos direitos humanos no país.
Loreta que se tornou mais conhecida, após a publicação do livro As Moças de Minas, de Luiz Manfredinni, em 1989, onde ela está incluída. Também empresta seu nome, desde 2005, ao Centro de Referência Loreta Valadares – Prevenção e Atenção a Mulheres em Situação de Violência (CRLV), primeiro do estado e conquista do movimento de mulheres, que funciona na cidade de Salvador. Resultado de articulação e parceria entre os governos municipal, estadual e federal, e inaugurado em 25 de novembro de 2005, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, tornou-se em 2008, parte integrante da estrutura da Secretaria Especial de Políticas Públicas para as Mulheres (SPM).
Também na Bahia, em Vitória da Conquista, a Câmara Municipal instituiu em 2008, o título Mulher Cidadã Loreta Valadares, destinado a mulheres que se destaquem nas ações em defesa da causa feminina e o PCdoB baiano, partido a qual ela pertencia, deu seu nome a Escola de Formação criada com o objetivo de intensificar a troca de conhecimentos entre os militantes comunistas do estado da Bahia e propagar as idéias revolucionárias de Marx, Engels, Lenin entre outros, trilhando caminhos rumo à Revolução.
Loreta faleceu aos 61 anos, em 2004, na Bahia.

 

Cibáe Modojebádo (séc. XVII)

Cibaé, índia da nação Bororó, considerada “catequizada” na época, era conhecida como Rosa Bororó, participou ativamente das expedições de pacificação realizadas pelo governo imperial junto a seu povo. As razões de Cibié, foram, segundo alguns historiadores/as, as mesmas de algumas outras mulheres, também indígenas, que lhe fizeram companhia: filhos feitos reféns pelo governo.

Essas expedições militares, que partiam de Cuiabá rumo ao Alto rio São Lourenço, por volta de 1886, eram organizadas por Joaquim Galdino Pimentel, presidente da então província do Mato Grosso (MT) e chefiadas por Antônio José Duarte, alferes. Algumas histórias informam que nas matas, Rosa e companheiras despiam-se das roupas e pintavam-se a moda de seu povo, sendo assim recebidas sem resistência e abrindo caminho para a chegada do branco.

Hoje, em Cuiabá, Rosa Bororó empresta seu nome a um museu municipal, que reúne objetos e tradições da cidade.

 

Arminda Villa-Lobos (1912 – 1985)

Arminda Neves de Almeida, violinista formada pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ, conhecia e era apaixonada por Villa-Lobos desde 1932, ocasião em que foi aluna no curso de Pedagogia da Música e Canto Orfeônico, do qual ele era diretor e, posteriormente, sua assistente, no projeto didático de canto orfeônico, por ele coordenado e implantado nas escolas públicas do então Distrito Federal.
Entretanto, foi apenas em 1936 – quando durante participação em um evento musical na Europa, o maestro, por carta, rompe definitivamente o casamento com a esposa, a pianista Lucília Guimarães – que Arminda assume o relacionamento e passa a viver com Villa-Lobos.
Mindinha, como era carinhosamente tratada, foi homenageada em várias das composições do companheiro e um ano após sua perda (1959), dedicou-se à preservação de sua obra. Até falecer dirigiu o Museu Villa-Lobos, por ela fundado em 1960 e instalado em um dos andares do prédio do Ministério da Educação e Cultura, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Foi responsável também, pela coordenação do Festival Villa-Lobos, que reúne diferentes concertistas e sempre ocorreu em espaços cedidos pelo Teatro Municipal e Sala Cecília Meireles. Em 1986, o Museu transferiu-se para o bairro de Botafogo e, em 2002, em sua 40ª edição, sediou pela primeira vez o Festival.

 

Ana de Moraes Andrade (1906- 2003)

Nascida no Engenho Cumbi, Município de Nazaré da Mata (PE), décima segunda filha de Francisco Porfírio de Andrade Lima e Cândida Rosa de Morais Andrade Lima, Anita, como era carinhosamente chamada, após o afastamento do prefeito, em 1952, como presidente da Câmara de Vereadores de Macaparana foi conduzida à prefeitura, tornando-se assim a primeira mulher a ocupar esse cargo no estado de Pernambuco e a segunda do Brasil.

Sua entrada na política partidária ocorreu em 1924, aos 18 anos. Grávida do primeiro dos nove filhos que teria, filiou-se ao Partido da Aliança Liberal e contou com o apoio e incentivo do marido e primo, Antônio Moraes de Andrade, onze anos mais velho, com quem se casara aos 14 anos de idade e mudou-se para Macaparana. Entretanto, foi em 1945, então no partido da União Democrática Nacional (UDN), que se elegeu vereadora pela primeira vez, aos 39 anos e com a quarta-série primária-, experimentando perseguições, preconceitos e desafiando tradições que à época mantinham o sexo feminino afastado das discussões e decisões políticas. Anita instalou um alto-falante no primeiro andar de sua casa e através dele denunciava as perseguições sofridas e os desmandos dos coronéis da região, atitude ousada que lhe rendeu muitos inimigos.

Defendia ser a atuação política a única forma de combater a miséria dos menos favorecidos. Aliás, uma preocupação anterior ao cargo público para o qual foi eleita quatro vezes consecutivas. A distribuição de alimentos e remédios sempre fez da porta de sua casa ponto de romaria dos necessitados. Também para reconciliar casais brigados foi convocada, por um dos cônjuges, muitas vezes.

A Casa de Saúde Santo Antônio, bem como, a criação do Grupo Escolar Brigadeiro Gomes, que atualmente atende, inclusive, ao ensino médio, são alguns dos exemplos da obra deixada por Anita, então com 16 tataranetos, em Macaparana, ao falecer em 2003. Sua herança política, através de familiares, vem se fazendo presente ao longo das décadas, desde que encerrou seu último mandato em 1969.

 

Alzira Rufino (1949 – )

Seguidora das tradições do candomblé, oriunda de uma família humilde e graduada em enfermagem, feminista, destaca-se como importante ativista política do Movimento Negro e no Movimento de Mulheres Negras, sendo ainda a primeira escritora negra a ter seu depoimento registrado pelo Museu de Literatura Mário de Andrade, de São Paulo.
Sua participação pioneira na impressa da região de Santos (SP) onde nasceu, divulgando a situação das mulheres negras e da violência contra a mulher, em muito contribuiu para o debate público, denúncias e o envolvimento da mídia nessas questões. Além dos artigos que escreve para revistas e jornais em todo o país e no exterior, ganhou diversos prêmios pela publicação de poesia, ficção e ensaios. Desde 1991, edita a Revista Eparrei, de circulação semestral, voltada para a cultura negra.
A organização, em 1985, da Primeira Semana da Mulher da região da Baixada Santista; a fundação do Coletivo de Mulheres Negras da Baixada Santista, em 1986, um dos mais antigos grupos do Brasil; a criação, em 1987, do Coral Infantil Omó Oyá e do Grupo de Dança Afro Ajaína; bem como a fundação da Casa de Cultura da Mulher Negra- CCMN, em 1990, são exemplos marcantes da incansável atuação de Alzira.
O reconhecimento a seu trabalho lhe rendeu várias homenagens, dentre elas: Mulher do Ano, concedido em 1991, no Rio de Janeiro, pelo Conselho Nacional da Mulher Brasileira; em 1992, como primeira mulher negra – tornou-se Cidadã Emérita, homenageada pelas Câmara Municipal de Santos e Câmara Municipal de Cubatão(SP); Mulher Destaque em 2000, pela Câmara Municipal de Santos e, em 2004, Mulher Destaque- Área Direitos Humanos/Status, pelo Clube Soroptimista Internacional de Santos. Alzira e a Casa de Cultura da Mulher Negra receberam ainda, o Prêmio Zumbi dos Palmares, concedido pela Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

Por sua experiência e atuação coordenou, entre 1995 e 1998, a Rede Feminista Latino-Americana e do Caribe contra a Violência Doméstica, Sexual e Racial, na sub-região Brasil. Em 2008, simultaneamente às palestras que ministra por todo o país e exterior é Presidente da Casa de Cultura da Mulher Negra e responde por um serviço de apoio jurídico e psicológico, voltado para vítimas de violência doméstica, sexual e de racismo. Conferencista da Conferência Internacional sobre Violência, Abuso e Cidadania da Mulher, ocorrida na Grã-Bretanha, em novembro/96, está a frente, desde 1995, da campanha Violência contra a Mulher, uma questão de Saúde Pública.

Uma das responsáveis pela criação da Casa-Abrigo de Santos (SP) e leis contra a violência e racismo, sua atuação acabou por influenciar a instalação, em diversos municípios brasileiros, de serviços voltados para mulheres, com foco no aspecto da cultura, atendimento jurídico, psicológico e geração de trabalho e renda.

 

Monja Coen Murayama ( 1947 – )

Cláudia Dias de Souza, paulistana, filha única de pedagoga e professor, casou-se aos 14 anos com o piloto de corrida Antonio Carlos Scavone, tornando-se mãe de Fábia aos 17 anos, mesmo ano em que se divorciou. De um de seus mestres recebeu o batismo de Coen, segundo a tradição de troca de nomes, que acontece a todos(as) que se tornam discípulos(as) de Buda. Foi na cidade de Los Angeles(USA), onde morou após deixar o Brasil, que interessou-se pelo budismo, e após concluir os estudos, em 1983, foi ordenada monja da tradição Soto Zen. A seguir, transferiu-se para o Japão e lá permaneceu por 11 anos.
Seu casamento com Murayiama, também monge e dezoito anos mais novo, a impediu de aceitar em 1995, o convite para assumir um templo destinado a estrangeiros, perto do Monte Fuji. Os líderes religiosos não desejavam dois monges nesse lugar. Por sugestão do marido, retornou ao Brasil assumindo o templo Busshinji, no bairro da Liberdade, coração da comunidade japonesa em São Paulo.
Aqui, encontrou resquícios do antigo preconceito que as monjas sofriam no Japão antigo: podiam apenas trabalhar na cozinha e lavanderia dos mosteiros masculinos. A participação feminina ativa na religião iniciou-se apenas após o pós-guerra, quando Kojima Sensei, após abandonar o cargo de abadessa num mosteiro, iniciou uma campanha pelo país, em defesa do direito de as monjas usarem manto de cor – antes só preto –, de terem suas discípulas e realizarem cerimônias de enterros e casamentos. Atualmente, no Japão, embora homens e mulheres tenham status semelhante no cargo de monges, o zen-budismo ainda é uma religião predominantemente masculina. A superiora da monja Coen, no Mosteiro de Nagóia, foi a primeira e única mulher, até então, a ter ocupado um cargo de conselheira em aproximadamente 700 anos de História.
Coen, contudo, conseguiu superar o estranhamento percebido no início, por ser, além de mulher, brasileira, recebendo, inclusive, pedidos para que as cerimônias fossem realizadas também em português, pois muitos/as jovens não entendiam o japonês de seus ancestrais. Aos poucos, quebrando resistências, tornou possível que não-japoneses ou descendentes pudessem freqüentassem o templo.
Atualmente, avó de uma neta adolescente, vive em São Paulo, onde ministra, como convidada, palestras em órgãos públicos, organizações da sociedade civil, empresas e promove caminhadas de meditação pelos parques da cidade.

 

 

 

 

Zuzu Angel (1921-1976)

Natural de Curvelo (MG). Renomada estilista, teve sua vida transformada quando seu filho Stuart Angel foi morto pela ditadura, nos anos 70. Iniciou uma busca desesperada pelo corpo de seu filho, usando seu prestígio para fazer denúncias, sobretudo nos EUA. Morreu em um misterioso acidente de carro, no Rio de Janeiro.

Zuleika Alambert (1922)

Política e feminista, natural de Santos (SP). Política, feminista e jornalista. Na época da 2ª guerra, participou dos esforços de guerra contra a carestia. Candidatou-se pelo PCB e ganhou, porém foi cassada dois anos após. Iniciou então a formação dos quadros da juventude comunista, organizando os estudantes. Mais tarde, militou no movimento feminista aliado à questão do meio ambiente.