Nasceu em Campo dos Goitacases (RJ). Herdou de seu pai muitas terras na planície campista. Mulher instruída, com a morte de seu marido assumiu a liderança do clã familiar.
Os campistas travaram luta contra o donatário, visconde de Assecas, considerado usurpador de terras; Benta Pereira e sua filha Mariana Barreto são consideradas as principais figuras femininas desta história. Em 1748 sua casa transformou-se na sede da resistência contra o donatário. Na explosão do levante os revoltosos cercaram a Câmara Municipal, ocupadas pelas tropas do visconde, Benta e sua filha Mariana, lideraram as mulheres de Campos.
Biografia de Mulheres
Benedita da Silva (1942)
Negra de origem pobre, nasceu na cidade do Rio de Janeiro. Recém-nascida mudou-se com a família para o morro Chápeu-Mangueira no Leme (RJ). Atuou em diversos serviços informais como, vendedora de limão e amendoim, entregava a roupa lavada e passada por sua mãe; foi operária fabril. Conciliando trabalho e estudos, formou-se em serviço social em 1982. Sua luta tinha por base a melhoria das condições de vida das populações dos morros. Participou efetivamente nos movimentos negro e feminista.Portanto, Bené teve sua iniciação política nos movimentos comunitários, o que viabilizou sua candidatura a vereadora em 1982, quando saiu vitoriosa. Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT), tornou-se a primeira mulher negra a atingir os mais altos cargos da história do Brasil, eleita vereadora, deputada federal por dois mandatos, senadora e vice-governadora.
Beja (1800-1880)
Ana Jacinta de São José, conhecida como Dona Beja, nasceu no arraial de São Domingo, posteriormente elevado à condição de vila de São Domingos do Araxá (MG). Sua beleza, despertou a desejo do ouvidor Joaquim Ignácio da Silveira, que ordenou seu rapto, levando-a a morar com ele em Paracatu do Príncipe; neste período Beja acumulou fortuna; com a volta de Silveira à Corte, Beja preferiu retornar a sua terra natal, recebendo, contudo, o desprezo da sociedade de Araxá, pelo seu envolvimento com o ouvidor; os homens, entretanto, a cortejavam. Beja ergueu a Chácara do Jatobá, onde promoveu festas freqüentadas apenas pelos homens mais influentes da cidade; mulher de muitos amantes, rompeu com os padrões de sua época.
Beatriz Maria de Jesus (séc. XVIII)
Religiosa, madre superiora do Convento do Coração de Jesus, na Bahia, um dos recolhimentos religiosos do período colonial. Por temer que o crescimento da população branca fosse ameaçado pela reclusão de mulheres aos conventos a Coroa estabeleceu número limite para as instituições religiosas.
Beatriz M. de Sousa Wahrlich (1915)
Mestre em administração pública pela New York University em 1954. No Brasil foi professora na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Também lecionou na Escola do comando e Estado-Maior do exército, no Instituto de Administração e Gerência da PUC, dentre outras instituições. Em um período em que raríssimas mulheres participavam de cargos de gerência na administração pública, exerceu vários cargos de diretora na esfera pública federal como DASP e BNDE. Publicou dois livros sobre administração, ambos pela FGV. Foi autora de pelo menos 40 artigos e ensaios em revistas técnicas no Brasil e no exterior. Constitui-se portanto uma pioneira nesta área.
Beatriz Dias (séc. XVI)
Uma das filhas do cacique Tibiriçá, o mais importante líder indígena da capitania de São Vicente. Uniu-se ao português Lopo Dias. Tibiriçá estabeleceu alianças com os português através do casamento de suas filhas com os colonizadores. Recebendo assim ajuda nas guerras intertribais.
Beatriz Brandão (1779-1868)
Poetisa nascida em Ouro preto (MG). Cresceu em meio a leitura e o estudo de música. Apesar da oposição do pai aprendeu muito cedo os idiomas francês e italiano. Ainda em Ouro Preto iniciou carreira de educadora de moças. Há divergências entre seus biógrafos quanto ao fato se Beatriz realmente teria casado.
Após mudar-se para Corte, Beatriz continuou trabalhando como instrutora das filhas de famílias influentes. Dedicou-se a poesia, composições musicais e participou da vida política. Como educadora e como escritora integrou-se à vida social da elite do Rio de Janeiro.
Beatriz Bandeira Ryff (1909)
Poetisa nascida no Rio de Janeiro, teve no seio familiar intensa vida cultural. Adulta foi aluna do Instituto Nacional de Música. Filiou-se à Juventude Comunista e depois integrou Aliança Nacional Libertadora (ANL), que organizara o fracassado levante de 1935. Foi presa em 1936, na sela onde ficara Nise da Silveira, Olga Benário, dentre outras.
Foi exilada, vivendo um período em Montevidéu, Uruguai. Neste primeiro exílio casou-se com Raul Ryff, companheiro de partido. Na volta para o Brasil. No Rio de Janeiro colaborou com a revista “Momento Feminino” e ingressou na Federação de Mulheres do Brasil.
Seu segundo exílio foi em 1964, após o golpe militar, vivendo um tempo na Iuguslávia. Com a anistia voltou ao Brasil, continuando sua militância.
Bartira (séc. XVI)
Bartira, também referido por alguns historiadores, dos tempos colônias, pelo nome de Mbcy, filha do cacique Tibiriçá, o mais importante líder indígena da capitania de São Vicente, foi batizada com o nome de Isabel Dias. Uniu-se ao português João Ramalho, tiveram muitos filhos e filhas. Esta união foi considerada, pelas autoridades coloniais, fundamental na viabilização do processo de colonização, colaborando no estabelecimento do domínio português. A união de Bartira com o português João Ramalho é interpretada, por alguns historiadores, como estratégia do cacique Tibiriçá, na disputa de território com outras etnias.
Baronesa do Bonfim (1862-1953)
A mineira, Maria José Vilas Boas de Siqueira Mesquita estudou em uma das poucas instituições de ensino, na época, destinado às filhas da elite brasileira – O Colégio de Mariana. Casou-se com José Jerônimo de Mesquita. As vésperas da abolição, José Jerônimo decidiu libertar 300 escravos de suas propriedades, recebendo o título de barão e Maria José de baronesa, ingressando desta forma, na nobreza brasileira. Tornando-se viúva, a baronesa dividiu-se entre a administração da fazenda e a participação em obras assistenciais.