Carmem Freire nasceu no Rio de Janeiro; casou-se com o barão de Mamanguape, Flávio Clementino da Silva Freire, senador do Império. As transformações ocorridas no século XIX no Brasil, demandaram dos membros da corte um padrão cultural mais liberal, possibilitando as mulheres da elite maior acesso a educação. Com esta abertura, Carmem dedicou-se aos estudos naturalistas, a literatura e escreveu livro de poesia.
Biografia de Mulheres
Baronesa de Alagoinhas (1821-1880)
Cora Coutinho Sodré, nasceu na Bahia. Casou-se com o barão de Alagoinha, com quem teve três filhos. Durante sua infância e adolescência, recebeu de seu pai cartas contendo recomendações acerca de educação, hábitos de higiene, puericultura e religião. Para além da educação habitual direcionada as mulheres da elite brasileira e neste caso, especificamente a família nordestina, Cora Coutinho recebeu uma formação com ênfase em textos clássicos da literatura portuguesa. Desta forma, a formação intelectual da baronesa representou um projeto inovador para a época.
Bárbara Pereira de Alencar (c. 1767-1837)
Pernambucana, viveu na cidade do Crato (CE). Casou com o fazendeiro José Gonçalves dos Santos, com quem teve três filhos. Participou, juntamente com dois de seus filhos e um irmão, dos movimentos que viriam a deflagrar a conspiração republicana do Nordeste em março de 1817. Com a repressão ao movimento, foi presa, passando por diversas humilhações. Em 1820 Portugal concedeu anistia geral a todos os implicados na revolta. Dois de seus filhos ganharam projeção política. Constam na descendência de Bárbara Pereira de Alencar as escritoras Raquel de Queirós e Heloneida Studart.
Bárbara Eliodora (c. 1759-1819)
Poetisa mineira de São João Del Rei, casada com o também poeta Ignácio José de Alvarenga Peixoto, com quem teve quatro filhos. O casal envolveu-se no movimento político da Conjuração Mineira. Sufocado o movimento Alvarenga Peixoto foi preso e condenado ao degredo na África. Bárbara além de ser privada do convívio de seu companheiro sofreu perseguições e confisco de bens.
Auta de Souza (1876-1901)
Poetisa negra era a 4ª filha de um próspero comerciante local e líder política do Partido Liberal. Colaborou desde 1894 com revistas, tais como: Oásis, A República e com o jornal A Tribuna. Em 1898 colaborou com as revistas Oito de Setembro e Revista do Rio Grande do Norte. Em 1900 publica Horto, seu único livro, com prefácio de Olavo Bilac. Faleceu cedo de tuberculose.
Aurora Maria do Nascimento Furtado (1946-1972)
Ativista política paulistana, vítima de ditadura militar. Atuou no movimento estudantil, militando na ALN. Cercada pela polícia, foi presa morrendo em decorrência da tortura.
Aurora (c.1673-?)
Ãndia cativa, trocada por ouro durante uma expediçãoo na regiãoo do Rio das Velhas (MG).
Áurea Elisa Pereira Valadão (1950-1974)
Ingressou na Faculdade de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1967, em um período de intensa movimentação política, envolvendo-se no movimento estudantil e no Partido Comunista do Brasil (PcdoB). Participando das operações na região do Araguaia, acabou sendo presa em 1973, em Marabá (PR); relatórios oficiais registram sua morte em 13 de Junho de 1974, sem no entanto, esclarecer as condições em que o fato ocorreu.
Augusta Candiani (1820-1890)
Cantora lírica italiana, chegou ao Rio de Janeiro, onde passou a viver. Foi uma das mais importantes prima-donas do Teatro no séc. XIX.
Armelinda Bedin (séc. XX)
Operária, participou ativamente do movimento sindical, foi uma das mais antigas filiadas da Uniãoo das Mulheres Democráticas de Santo André (SP), ganhou destaque dentro do movimento social da época