- Volume 2
- Século: XX
- Estado: RJ
- Etnia: Branca
- Atividade: Ativista do movimento feminista e lésbico
Descrição:
Nasceu no Rio de Janeiro a 12 de maio de 1960. Filha de Danillo Calvet e Maria Madalena Calvet. Foi nas escolas públicas da cidade que fez o ensino fundamental e médio.
Iniciou curso de odontologia, mas freqüentou apenas dois períodos. Desejava outras incursões. Possuía o anseio de práticas, que possibilitasse a intervenção social. Foi com este espírito que no ano de 1987, juntamente com profissionais e psicólogos do Departamento do Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro – DESIPE fundou o movimento de familiares e amigos dos/as presos(as). Logo após passa a fazer parte do Programa Integrado de Marginalidade – PIM, voltado para as populações em processo de marginalização; pessoas em prostituição, travestis, egressas(os) do sistema penal e população de rua. Foram surgindo outras necessidades e em parceria com os travestis que atuavam no PIM funda a ASTRAL- Associação de Travestis e Liberados e depois o projeto Acorda Egresso.
Sempre em busca de desafios e ciente das dificuldades vivenciadas por alguns grupos específicos, tais como, mulheres negras e lésbicas; interessa-se pelo movimento feminista e através da professora Vanda Ferreira, passa a militar no movimento negro.
Em dezembro de 1994 faz parte do grupo de seis mulheres que fundam o Centro de Documentação e Informação Coisa de Mulher- CEDOICOM e em 1995 com outras companheiras cria o Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro – COLERJ. Nestas organizações teve oportunidade de desenvolver inúmeras ações em defesa dos direitos das mulheres. Atuou, especialmente, nas áreas de prevenção às DST/AIDS, em políticas públicas em prol das internas e egressas do Sistema Penal e em defesa dos direitos das mulheres lésbicas.
Participou de inúmeros encontros, debates, seminários nacionais e internacionais assim como ajudou organizar outros tantos. Foi à Hamburgo-Alemanha, onde participou de encontro de mulheres migrantes; em Berlim e Altona fez palestras sobre a situação das mulheres encarceradas. Na República Dominicana, onde esteve por duas vezes participou do Encontro Mulher e Democracia (Santo Domingo) e do Encontro Feminista da América Latina e do Caribe (Juan Dolio). Esteve também em Havana-Cuba e Madri fazendo contatos com mulheres de organizações afins.
Em reconhecimento ao seu valoroso trabalho, Elizabeth foi indicada pelo movimento social e ocupou a primeira vaga, como lésbica, no CEDIM. Recebeu Moção de Louvor e Reconhecimento em 2000, por iniciativa da vereadora Jurema Batista, da Câmara de Vereadores do Rio e os prêmios post mortem Felipa de Souza por International Gay and Lesbian Human Rights Comission e The Certificate of Recogniton for Califórnia State Assembly. Em sua homenagem o Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro passou a ser chamado Coletivo de Lésbicas do Rio de Janeiro Elizabeth Calvet.
Beth faleceu em 10 de setembro de 2001, aos 41 anos, de causa desconhecida deixando um legado de luta e o ensinamento de que apenas a intervenção participativa será capaz de transformar a sociedade viável para todos os grupos sociais, independente de sua cor ou orientação sexual. (colaboração de Neusa das Dores)